terça-feira, 9 de maio de 2017


A nova Geopolítica da Rússia: contradições e implicações na Síria e na geopolítica global.



Por Leninster - Giovani Von Freund.

Gostaria de iniciar este ensaio com um pedido de desculpas pela utilização de um "meme" logo como imagem da capa. Entretanto, esta escolha se deu pelo grande didatismo contido nesta figura, a partir da qual podemos extrair duas premissas que se mostrarão centrais nesta discussão: Vladimir Putin é um oligarca traidor da classe trabalhadora russa. Não  obstante, a política externa conduzida pela Rússia tem se colocado em muitos casos (porém não em todos) como antiimperialista.

Vladímir Vladímirovich Pútin, atual presidente da Rússia chegou ao poder em 1999 como herdeiro direto de Boris Yeltsin, após sua renuncia. A saga que levou do colapso da URSS, à restauração capitalista na Rússia e à tomada do Estado por oligarquias burguesas tem diversos capítulos, porém para fins analíticos iremos nos deter aqui aos processos que se dão após a retomada burguesa do controle do Estado na Rússia.  Pútin como sucessor político de Yeltsin leva a cabo o processo de restauração capitalista da Rússia, apesar de trazer diversas mudanças qualitativas no direcionamento político do Estado tanto a nível nacional quanto internacional.

Muitos setores da Esquerda se vêem perplexos ao se debruçar sobre a seguinte questão: A que veio Vladímir Pútin? Qual a razão da assimetria entre as políticas nacionais e as políticas internacionais da Rússia atual? É possível coexistir uma política interna reacionária com uma política externa antiimperialista?  Tentarei aqui me debruçar sobre essas questões juntando esses e outros questionamento em um grande questionamento: Qual o projeto político de Pútin e seu partido (Rússia Unida)? E quais suas repercussões a nível mundial?

Em 1999 quando Pútin ascende ao poder, vindo diretamente das forças de inteligencia Russas (FSB) e com seu histórico de ex-agente da KGB (Comitê Governamental de Segurança), sua chegada é marcada pela linha política da retomada das fronteiras, reforço da segurança nacional e repressão dura e irrestrita a todas as tentativas de secessão dentro do território russo. Pútin chega ao poder com um objetivo claro, impedir a fragmentação da Rússia em diversas repúblicas, garantir a soberania nacional e conduzir o processo de inserção da Rússia no mundo capitalista.
Angelo Segrillo discute em sua obra - De Gorbachev a Putin: a saga da Rússia do socialismo ao capitalismo- como a chegada de Pútin ao poder é marcada pela guerra da Chechênia, e como o seu exito em se consolidar enquanto presidente, foi diretamente ligado ao seu exito militar na Chechênia. Pútin aparece como o garantidor das promessas de Yeltsin de "modernizar" a Rússia, inserí-la no mundo "globalizado" e acima de tudo garantir a integridade nacional. Não a toa sua vitória na corrida presidencial de 2000 foi conduzida essencialmente a partir de um programa de abertura econômica da Rússia para o ocidente, entretanto garantindo a manutenção de suas fronteiras pelo poder das armas. O êxito militar de Pútin foi parte fundamental de sua campanha e a questão da unidade nacional foi tão marcante que Pútin lança seu novo partido sob o nome de Rússia Unida. Assim inicia-se um novo ciclo, a Rússia simultaneamente passa a se abrir para o mercado e para o ocidente, porém simultaneamente surge um novo projeto nacionalista-burguês que pretende colocar a Rússia nas disputas capitalistas não como um país submisso, mas sim como uma nova potencia capitalista emergente que utilizará de todas as forças necessárias para galgar tais objetivos.

Lênin em sua grande obra - Imperialismo: estagio superior do capitalismo- discute claramente como se dá a transição dos Estados Capitalistas para Estados Capitalistas Imperialistas, essa mudança se dá a partir do momento em que a burguesia das  nações capitalistas centrais concentram tantos capitais, formando inicialmente seus monopólios nacionais, e posteriormente passam através da influência de seus Estados (dominados pela burguesia) a disputar todos os mercados mundiais visando a ampliação a nível mundial destes monopólios, seja pela força das disputas econômicas, com embargos criminosos, seja pela força das armas, derrubando governos contrários à submissão das diversas nações do mundo aos interesses das potências imperialistas. A disputa imperialista como já pontuava Lênin, invariavelmente conduziria a conflitos diretos entre as nações imperialistas, uma vez que os interesses de dominação de cada nação são diametralmente opostos aos interesses econômico-militares de suas nações rivais. Assim surge uma nova ordem mundial pautada nos conflitos entre as potencias imperialistas. A primeira guerra mundial foi o primeiro grande exemplo de conflito entre as potências imperialistas,  Uma reedição do conflito se deu na segunda guerra mundial, entretanto dessa vez em um dos lados se colocava a URSS, como baluarte de resistência ao imperialismo e ao colonialismo. A restauração capitalista na Rússia rompe este ciclo de resistência ao imperialismo da própria Rússia (enquanto parte da URSS) e ao contrário disso traz a Rússia novamente para o rol dos países capitalistas com ambições imperialistas. Porém uma vez que a Rússia chega atrasada neste processo, inicia-se assim agora sua corrida para se colocar como um novo Player nas disputas entre potencias capitalistas.

A política da Rússia Atual.

Neste cenário chegamos ao quadro atual da geopolítica russa. A Rússia enquanto potência capitalista pretende dirimir a influência das potências ocidentais alinhadas aos EUA tanto nos seus assuntos nacionais, quanto na sua "zona de influência" a nível internacional. A nível nacional a política neoconservadora da Rússia trouxe sob Pútin novos processos de fortalecimento do Estado, que se darão a partir de processos de nacionalização dos setores estratégicos como hidrocarbonetos, Tecnologia Aeroespacial, setor Bélico além de outros setores industriais do setor produtivo, bem como mídias diversas passaram a ser reestatizadas. A Rússia de Yeltsin se pôs de forma desenfreada a extinguir a máquina estatal soviética, enquanto sob Pútin surge uma nova onda de estatizações, porém completamente diferentes do projeto soviético, agora sob uma ótica capitalista, de um Estado interventor em prol do mercado e da burguesia nacional. A nível internacional como já previsto por Lênin, qualquer projeto imperialista necessáriamente levará a choques entre as potências que se pretendem enquanto tal. As fronteiras da Rússia foram cercadas pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) após o colapso da URSS, colocando inclusive ex-membros da URSS como novos integrantes da OTAN. Países dos Balcãs, Georgia, além de antigos aliados da URSS como a Polônia e República Tcheca passam agora a integrar o bloco militar dirigido pelos EUA. A nova política da Rússia pretende em primeiro lugar dissuadir a influência da OTAN nos países fronteirícios a Rússia, assim surge o conflito da Georgia em 2008, que levou à primeira intervenção militar internacional da Rússia pós soviética. O conflito da Georgia teve um rápido êxito por parte das tropas Russas, o que mostrou como o processo de remilitarização da Rússia sob Pútin surtiu grandes efeitos. A partir da ocupação da Georgia pelas tropas russas, em poucos dias foram desmembrados territórios da Georgia que se tornaram as repúblicas independentes da Abekhazia e Ossétia do Sul, ambos Estados são aliados da Rússia, porém não foram reconhecidos pela maior parte da comunidade internacional. 

O processo de militarização da Rússia, expansão de sua zona de influência e retomada de antigos polos de influência não se deu sem fortes resistências do bloco imperialista ocidental. O aumento dos conflitos levou ao ocidente a bancar diversas "revoluções coloridas" para gerar instabilidade e derrubar governos pró-rússia em prol de governos pró-ocidente. O caso mais emblemático se deu na Ucrânia, histórica aliada da Rússia, e uma das principais ex-repúblicas soviéticas. O Conflito na Ucrânia se inicia após movimentos nacionalistas burgueses, muitos destes de caráter proto-facista terem sido apoiados e financiados pelo ocidente, culminando na sua ascensão ao poder com a derrubada do ex-presidente pró-russo Viktor Yanukovich. A derrubada de Yanukovich e ascensão de Piotr Poroshenko, bilionário representante da direita pró-ocidente, levou a um grande acirramento nas relações da Rússia com o Ocidente (Em especial EUA e União Europeia), da parte da Rússia a derrubada de Yanukovich levou a uma militarização de regiões da Ucrânia, com o desmembramento da Criméia, que foi re-assimilada à Rússia, além do fomento da guerra de secessão na região do Donbass (leste ucraniano). O processo de resistência na ucrânia se dá em uma dialética onde de um lado se colocam as forças nacionalistas-burguesas, além das forças fascistas, e do outro lado se colocam as forças de resistencia, que incluem desde nacionalistas-burgueses pró-rússia, mas além destes existem diversas milícias civil-militares que contam inclusive com forte presença de forças revolucionárias, com grupos comunistas e anarquistas que visam a criação da Républica Popular da Novarússia (Novarossiya). Territórios autônomos já estão parcialmente instaurados nas regiões de Lugansk e Donetsk, porém sob frequentes tentativas de invasão por parte do Governo Ucrâniano, que conta com apoio tático tanto dos exércitos dos EUA quanto de países da UE. O conflito militar já gerou milhares de mortes de civis, além de contar com mais de 1 milhão de refugiados (segundo fontes do Governo Russo).

A política de ampliação das redes de influência da Rússia tem levado em diversos momentos a um apoio da Rússia a Estados Operários (como Cuba, Coréia Popular), apoio a Estados nas vias do socialismo como a Venezuela e China, além de apoio a grupos revolucionários como no caso da Ucrânia e como veremos adiante da Síria e oriente médio. Neste sentido nos debruçamos sobre a seguinte contradição: as vias para a inserção entre as potências capitalistas tem levado a Rússia a apoiar diversos movimentos populares e de cunho anticapitalista. Porém quais são os reais interesses da Rússia? A política interna da Rússia não deixa dúvidas, trata-se de um Estado Capitalista em ascensão. A Rússia se pretende uma nova potência industrial e militar, esperando assumir todo um vácuo político deixado pelo ocidente, onde quer que seja possível estender sua rede de influência. Assim a ambição imperialista da Rússia, abre espaço para uma fragmentação nos interesses do Capital em geral. Porém não criemos falsas esperanças, a Rússia pretende novos aliados, para que num plano futuro possa exercer sobre estes sua política imperialista, e obter assim vantagens para o desenvolvimento capitalista nacional, em detrimento do desenvolvimento de outras nações. 

A Questão da Síria

A Síria está inserida no coração das ambições imperialistas. O oriente médio é visto já desde a década de 70 após a crise do petróleo como um grande polo de interesse das potências imperialistas, para o controle do comercio mundial, especialmente uma vez que grande parte das reservas de petróleo do mundo estão nesta região, além de a grande parte da produção mundial de petróleo ser extraída desta região. Historicamente a disputa por zonas de influência no oriente médio tem levado a conflitos, revoluções e contrarrevoluções em diversos países do oriente-médio. A aliança estratégica entre Síria e Rússia datam desde a URSS. Na década de 70 a família Assad liderava movimentos democráticos de viés progressista e nacionalista na Síria e assim forjaram alianças economico-militares com a URSS. O Desmantelamento da URSS e a mudança na linha política tanto na Síria quanto na Rússia não puseram fim à aliança estratégica entre os países. Ao contrário disso, a Síria segue sendo o principal país do Oriente-médio a abrigar bases militares da Rússia, o que torna a Síria um parceiro de enorme valia para as ambições internacionais da Rússia.

A política Imperialista do ocidente visa a supressão da soberania nacional, e levou à derrubada de Governos em diversos países do Oriente-médio como Iraque, Líbia, Egito, além de cercos econômicos e militares ao Irã, que também se coloca como forte opositor das ambições imperialistas do ocidente. A Rússia em sua missão de forjar uma nova rede de aliados a nível mundial, tem polarizado do lado de repúblicas de caráter nacionalista, como o Irã e a Síria, de modo que se tornou interessante para a Rússia apoiar militarmente e economicamente essas repúblicas, a despeito das implicações que vem junto com essa política de oposição ao bloco ocidental. As movimentações Russas na Síria e Ucrânia, levaram a uma forte onda de embargos econômicos que colocaram o país em recessão desde 2015.

A pressão imperialista para com a Síria visa em primeira instancia a supressão da sua soberania nacional, mas para alcançar tal feito um elemento se coloca como central: a derrubada de Bashar Al-Assad. O cerco imposto pelos EUA ao Governo Sírio se dá por diversas vias, apoio a milícias opositoras do governo, com seu treinamento e fornecimento de armamentos. Em geral os grupos rebeldes que são tidos como "moderados" tem apenas uma variação qualitativa em relação aos grupos tido como extremistas: os primeiros apoiam a intervenção estadunidense e os segundos se colocam hostis também aos interesses imperialistas, embora como diversos dados* apontem, a criação destes grupos "extremistas" tenha tido um apoio visceral dos governos americanos, em especial durante o Governo Obama. 

A situação na Síria é extremamente delicada e deflagrou um conflito militar que já deixou centenas de milhares de mortos. A tentativa por parte do Governo de Bashar Al-Assad (Filho) de reestabelecer o controle das suas fronteiras, além de retomar as regiões sob controle de grupos extremistas pró-ocidentais, levou a um acirramento das disputas. Grupos como o IS (Estado Islâmico) foram treinados militarmente por agencias de inteligência dos EUA, além de existirem diversas evidencias que apontam o uso de tecnologias militares americanas por parte destes grupos. A política de fragmentação das nações do oriente-médio levadas a cabo pelos EUA, levaram ao fomento de grupos separatistas, que em diversos casos fugiram ao controle do imperialismo estadunidense, originando verdadeiros grupos terroristas que visam a tomada do poder em países como Iraque, Afeganistão e a própria Síria. As mídias pró-ocidentais tratam a todos instantes de situar o Presidente Sírio como um "Ditador sanguinário". Devemos pontuar entretanto que, apesar de existirem diversas críticas legítimas com diversas práticas políticas tocadas pelo governo Assad, como o personalismo, burocratismo, redução das liberdades políticas, perda de diversos elementos progressistas do Estado, dificilmente encontram-se evidencias do suposto extermínio do povo sírio causado pelas tropas do governo Assad. Muito pelo contrário, encontram-se a todo momento evidencias do esforço das tropas governamentais em retomar o controle da soberania da nação, e reestabelecer uma situação de paz. Ademais, sobram evidencias das práticas sanguinárias de grupos rebeldes que têm ou tiveram ligações com o ocidente, como o IS.

A Região nordeste da Síria é uma das mais afetadas pelo conflito, em especial devido a amplitude territorial alcançada pelos jihadistas do Estado Islâmico, que ultrapassa as fronteiras da Síria e abrange parte do Iraque e Sul da Turquia. Iraque e Síria tem combatido lado a lado o IS, A sítuação de guerra no Iraque se alonga desde a intervenção militar estadunidense que derrubou Saddam Hussein, e desestabilizou completamente o Estado Iraquiano. A guerra na Síria por sua vez já se alonga por cinco anos de conflito, causando uma das maiores crises migratórias da história recente.  Aquilo que se pode dizer da perspectiva de enfrentamento do Estado Sírio e Iraquiano contra o IS, não se pode repetir para o caso da Túrquia. O Governo Turco sob forte pressão dos EUA e por ser um membro da OTAN, tem interferido no conflito sempre de modo a dificultar a retomada da Soberania nacional síria pelo Governo Assad. Em paralelo a isso o Governo Turco sob rígido controle de Erdogan leva a cabo um processo de recrudescimento de um Estado Liberal Ditatorial, com práticas proto-fascistas em especial contra as populações curdas que visam a criação de um território independente, englobando territórios Turcos, Iraquianos e Sírios.

A participação dos grupos guerrilheiros do chamado Curdistão tem se mostrado decisiva no conflito. A intervenção direta da Rússia na Síria, especialmente com suas forças aéreas e fornecimentos de equipamentos bélicos em geral para o Exército Sírio e para os combatentes do curdistão levaram a uma inflexão no conflito. As guerrilhas compostas pelas populações curdas, participam ativamente no processo de enfrentamento dos Jihadistas, em especial na região conhecida como Rojava. Os destacamentos militares da população curda contam inclusive com um batalhão de mulheres combatentes, que ingressaram na guerra em solo. Unidas essas tropas colaboram taticamente com o Exército Sírio, embora não interrompam suas reivindicações de criação de um território autônomo. Novamente surge uma contradição, armar os combatentes curdos significou na prática uma virada no conflito, possibilitando a retomada de diversas regiões antes sob domínio do IS, hoje sob controle do Exército Sírio e dos combatentes curdos. Entretanto surge ai uma nova brecha revolucionária, uma vez que existe uma forte orientação socialista no PKK, partido dirigente das forças de emancipação do Curdistão.

As contradições abertas pela nova políticas da Rússia

Não pretendemos aqui esgotar a emblemática discussão acerca da Síria, muito menos acerca da nova Geopolítica da Rússia. Porém existem diversas contradições abertas que precisam ser mostradas, e precisam mais do que tudo ser estudadas, inclusive como estratégia de ação dos grupos que reivindicam as vias revolucionárias e as vias do socialismo. Lênin sempre explicitou que não existe vácuo político, e para ele todos os espaços políticos devem ser ocupados e disputados. Em uma frase célebre Lênin afirmava algo como: "Se for possível estar perto do Czar, nem que servindo-lhe café, os comunistas devem tomar esta posição, pois estaria ai a possibilidade de observar e obter informações valiosas para os movimentos revolucionários." Nesta linha de raciocínio pretendemos seguir e entender que as contradições abertas pela nova política russa em diversos momentos tem se colocado como antiimperialistas.

Todo tipo de fragmentação entre as potencias capitalistas pode e deve ser explorado pelos grupos revolucionários. Entender que a Rússia no movimento de construção de suas novas redes de alianças tem por exemplo, apoiado militarmente a Venezuela, fato que dificulta a possibilidade de intervenção militar dos EUA em solo Venezuelano, ou entender que o apoio da Rússia a Assad e grupos como o PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos) geram uma possibilidade de fortalecimento da soberania nacional, além de no caso do próprio PKK a Rússia estar apoiando grupos de viés revolucionário que procuram as vias do socialismo. Entender essas contradições é olhar sempre com desconfiança para as políticas levadas a cabo por Pútin, é entender as limitações, não criar falsas esperanças de ambições de "internacionalismo proletário" de Pútin, Pútin é antes de tudo um oligarca, porém nessa corrida para a disputa contra a hegemonia do imperialismo ocidental, abre espaço para diversos grupos revolucionários ascenderem.

Concluo trazendo um último exemplo das possibilidades que são abertas por essas contradições. A Estatização das mídias por parte do Governo de Pútin, levou a criação dos portais RT (Russia Today) e Sputniknews, ambos são portais de forte abrangência nos acontecimentos políticos e econõmicos no mundo. Na sua tentativa de atingir o status quo das classes dominantes nos EUA e UE, essas mídias frequentemente reproduzem notícias de alta qualidade sobre as manifestações políticas na Europa, na França, nos EUA, no Oriente Médio, na América Latina e Ásia. A disputa contra as antigas potências hegemônicas faz a Rússia apostar em uma guerra híbrida, que inclui amplamente os meios de comunicação, estes frequentemente tem servido a favor das causas revolucionárias. Vide as manifestações cada vez mais inflamadas na França contra as classes dominantes, que são transmitidas ao vivo pelos portais RT e Sputnik. É necessário compreender as contradições e a dialética dos processos, para assim ocuparmos os espaços políticos e conhecermos as brechas e fragmentações que as disputas imperialistas geram.


*Não foram sistematizadas as fontes utilizadas, muitos dados utilizados neste ensaio foram obtidos através de mídias oficiais (Sputnik e RT), além de informações divulgadas em diversos portais independentes, como sites dos partidos comunistas, blogs ligados ao PKK, jornal pravda dentre outros.

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