Por
que a Coreia Popular “ameaça” o Japão e o “mundo”?
Artigo escrito por Giovani Leninster
A República Popular Democrática
da Coreia (RPDC) é também conhecida como Coreia Popular ou segundo a ideologia
ocidental pro-imperialista como Coreia do Norte. Neste artigo buscaremos a
chave pra uma incógnita que tem abalado corações por todo o globo, a “ameaça
vermelha” advinda da “Coreia do Norte”. Ontem em conferência com o Embaixador
Plenipotenciário da Coreia Popular Kim Chol
Hak, foi levantado o questionamento: Por que a “Coreia do Norte” ameaça o
Japão e Coreia do Sul se estes são estados pacíficos, sendo o Japão um Estado
sem exércitos desde 1945? Exatamente a este questionamento traremos nossas
respostas.
Comecemos por uma breve
incursão no histórico da formação social Coreana no século XX. A Coreia em
princípio do século passado era marcada como um estado com predomínio de
relações feudais de produção, tendo essa estrutura societária estamental
(hierárquica) sido adequada à um processo de colonização tardio promovido pela Inglaterra
e Japão. A Coreia torna-se então um Estado semi-colonial de modo análogo ao
acontecido na China, de modo que a maior parte de sua população fora submetida
à exploração interna e externa, tendo suas condições de sobrevivência duramente
dificultadas.
Os processos revolucionários
no século XX que tiveram início no leste europeu dando origem à URSS,
incentivam fortemente o avanço dos processos revolucionários na Ásia, tendo a
China triunfado em sua revolução após quase trinta anos de luta armada contra
as frações do capital interno, e os exércitos e agentes do capital imperialista
(em especial Inglês, Japonês e Americano). A Coreia seguiu um rumo parecido e no ano de 1950 com o
avanço do processo revolucionário coreano, foi declarada guerra à coreia pelos
agentes do imperialismo americano.
A Guerra que durou de 1950 a
1953 ficou internacionalmente conhecida como Guerra “das Coreias” porém um
olhar historiográfico e geopolítico atento nos revelará que o processo de
Guerra não se deu entre diferentes Coreias, mas sim entre a revolução Coreana
liderada por Kim il Sung contra os exércitos imperialistas do Japão Fascista e
posteriormente Estados Unidos. (Manoel, 2017). Portanto a ideia de uma guerra
entre “as Coreias” é totalmente forjada pela ideologia pro-imperial, a Coreia
revolucionária teve parte de seu território ocupado (especialmente o sul) e a
região norte onde a revolução estava melhor estruturada foi sistematicamente
bombardeada e teve a maior parte de suas cidades e infraestruturas destruídas. O
real cenário portanto foi o sul sendo ocupado e o norte prosseguindo firme
apesar da agressão imperialista.
A ocupação militar dos EUA na
parte sul da península coreana perdura até hoje, as instalações militares da “Coreia
do Sul” são operacionalizadas por tropas americanas, todos sistemas de defesa e
ataque são meticulosamente desenvolvidos e controlados por tropas americanas (sob
a escusa de serem da OTAN). O sistema político “democrático” instaurado no Sul,
garantiu uma suposta democracia, onde o poder político e econômico é dominado
pelos Estados Unidos, tendo formado uma colônia de alto grau tecnológico e
colossais índices de exploração da classe trabalhadora, Sendo um dos países com maiores índices de
suicídio em decorrência do excesso de trabalho, bem como o país com maiores
índices de exploração sexual na terceira idade (Segundo a BBC - insuspeita de
simpatia à RPDC, assim como as demais fontes jornalisticas que utilizaremos). Ambas exploração sexual e exploração do trabalho fruto de uma
verdadeira ditadura do capital, que destrói direitos trabalhistas e
aposentadoria.
Apesar da invasão do Sul e da
sangrenta guerra para garantir a independência da Coreia no Norte a revolução
coreana prossegue firme sob a doutrina Juche, e inicia a construção do
socialismo na via Coreana, com um grande enfoque no poder popular, na independência
de suas forças produtivas, independência energética e política, porém seguindo
firme no espírito internacionalista. Segundo informações do embaixador Kim Chol Hak, a independência energética,
deu início às pesquisas nucleares na Coreia Popular, tendo essas sido duramente
criticadas e dificultadas desde seu início por pressão dos EUA via ONU. Na
década de 1990 a Coreia buscava iniciar suas primeiras plantas de energia
termonuclear, porém após pressão da ONU, decide aceitar um acordo de uma
construção de uma hidrelétrica de grande porte, por parte dos EUA via ONU com
capitais internacionais. Essa construção deveria ocorrer em dois anos e nunca
tomou corpo, tendo levado a Coreia Popular a retomar suas plantas
termonucleares.
A necessidade energética foi
somada a pressão política, econômica e militar que cercam a RPDC desde a década
de 50, sendo assim iniciado um programa de enriquecimento de urânio com fins
armamentistas, e propósitos de defesa da soberania nacional, assim surgia a
doutrina nuclear da RPDC.
A
Doutrina Nuclear da RPDC
Nos monopólios de mídia
ocidentais não passa um dia sem que sejam propagandeadas notícias histéricas a
respeito da ameaça nuclear “norte coreana”, se nos recordarmos da pergunta
inicial que tomamos como linha direcional, perceberemos a falsa noção de que a
RPDC é uma clara ameaça à paz mundial, em especial aos seus “pacíficos”
vizinhos Coreia do Sul e Japão. Busquemos agora entender como se deu a doutrina
nuclear da RPDC e qual o papel do Japão, Coreia do Sul e demais agentes
imperiais neste processo.
Como previamente exposto a
Doutrina Nuclear da RPDC tem início nos anos 90 e se inicia com a construção de
bombas atômicas convencionais, projeto que caminha de forma concomitante com os
projetos de desenvolvimento de tecnologia aeroespacial, visando tanto a
construção de satélites quanto foguetes e lançadores. A necessidade de
construção da bomba atômica é colocada desde o início como um elemento
garantidor da soberania nacional da RPDC, ameaçada a todo instante por forças
externas.
A Guerra na Coreia, e não da
Coreia termina em 1953, porém a ameaça imperialista nunca saiu da fronteira da
RPDC e nunca cessaram as hostilidades, tentativas de assassinato das lideranças
da RPDC, bem como embargos econômicos criminosos e hostilidades de diversas naturezas.
O Imperialismo nunca se deu por vencido, tendo impedido até os dias atuais a
reunificação da Coreia, além buscar há décadas sufocar o regime popular da RPDC. Os estados Japonês e
Sulcoreano têm papel fundamental na ofensiva imperialista contra a soberania da
RPDC. Japão e Coreia do Sul, não apenas funcionam como bases militares dos EUA,
mas também como centros de pesquisas militares, além de centros de poder
econômico e político e ideológico que atuam a todo momento para desestabilizar
a RPDC. Sendo assim construído um cerco
militar, econômico e ideológico, aos quais nos deteremos um pouco mais.
A pressão militar à RPDC se dá
portanto via instalações de bases, sistemas de “defesa” e tecnologias bélicas
de diversos tipos estacionados na região especial no Japão e Coreia do Sul,
além da ilha de Guam situada ao sul da península Coreana, que foi ocupada pelos
EUA e se tornou uma base militar. As ofensivas militares contam com constantes
exercícios militares: com rápidas pesquisas é possível encontrar diversas
fontes que mostram os diversos exercícios militares entre
EUA-Japão-Coreia-do-Sul. Segundo a Daily Mail do Reino Unido, neste ano foram
realizados uma série de exercícios militares entre Japão e EUA que duraram 18 dias seguidos. Além de diversos
outros exercícios. Somada a estas pressões militares está a instalação do
sistema de “antimísseis” Terminal High Altitude Area Defense (THAAD).
Especialistas militares de diversos países apontam esta como uma das principais
ameaças à paz no sudeste asiático, ameaçando não apenas a RPDC mas também a
Rússia e China. A instalação do THAAD provocou protestos duramente reprimidos
na Coreia do Sul (segundo Sputnik) além de duros protestos dos Governos Chinês
e Russo (Segundo Reuters). A instalação do THAAD somada aos frequentes exercícios
militares e diversos equipamentos militares estacionados nas fronteiras da RPDC
são constantes ameaças à sua soberania, sendo assim a Doutrina militar a
resposta encontrada para resistir a qualquer possível agressão.
O desenvolvimento atômico da
Coreia Popular atingiu dois pontos de extrema importância neste ano, o
desenvolvimento de seu primeiro míssil balístico inter continental (ICBM) e de
sua primeira bomba de hidrogênio (segundo informações do The Guardian). Com
estes novos desenvolvimentos o potencial de defesa da Coreia obteve tanto
tecnologia de lançamento para içar misseis até o continente americano (podendo
atingir a porção continental dos EUA) bem como um potencial destrutivo de maior
magnitude com a bomba de fusão nuclear (H-Bomb). Este rápido desenvolvimento
vem em enorme contradição com as frequentes notícias em nossos monopólios de
mídias ocidentais, que bradam sobre o atraso tecnológico da Coreia sob a “ditadura
socialista dos Kim”. Mais informações sobre os avanços tecnológicos estão dispostas em artigo divulgado pelo PCB. Além de portais de mídias Koreanas e observadores internacionais.
O desenvolvimento nuclear da
RPDC segue portanto uma linha de desenvolvimento de seu potencial de ataque
para um alcance que inclua todos seus inimigos (não potenciais, mas sim reais,
como EUA, Japão e Coreia do Sul). Porém está mais que claro há décadas, que o
principio que guia a RPDC é o de soberania, autossuficiência e sobrevivência.
Qualquer ataque por parte da RPDC por maior que fosse seu potencial destrutivo,
seria retaliado com uma invasão e destruição (Fogo e Fúria como pontuou Donald
Trump em discurso recente) que destruiria integralmente a Coreia, sendo óbvio
que não há um principio suicida generalizado na RPDC, o potencial atômico
subsiste como “Deterrence” ou seja, potencial de detenção de ameaças externas,
a partir de força militar capaz de infligir danos incomensuráveis nos inimigos
imperiais. Vide as teorias do MAD (Mutual Assured Destruction) do período da
Guerra Fria entre EUA e URSS. A Coreia pretende portanto, unicamente garantir
seu direito de existência, utilizando seu direito de possuir armamentos para se
defender e guardar suas fronteiras.
Sobre as pressões econômicas
estas tem alcançados patamares ainda mais criminosos que os embargos impostos a
Cuba, os EUA, Japão e Coreia do Sul, através da ONU tem passado diversas
sanções econômicas à RPDC, que minam sua capacidade de importar ou exportar até
mesmo os bens mais fundamentais. É nítido que devido ao seu diminuto território
e população, a RPDC não tem possibilidades materiais de ser autossuficiente em
todos os bens necessários para seu desenvolvimento e sobrevivência. Assim os
embargos (sanções) tem sido aumentados de forma criminosa (Segundo o telegraph,
apenas neste mês já passam de duas rodadas novas de sanções).
A pressão ideológica contra a
Coreia Popular é não menos importante e emblemática. A ofensiva imperialista
além de combater seus inimigos por vias econômicas e militares, cria através de
seus monopólios de mídias seus “monstros”, seus inimigos mortais, não atoa a
RPDC é conhecida nos EUA, e referida por diversos veículos de informação como
Rogue State (Estado Vilão). Os monopólios de mídia constroem diuturnamente a
imagem de um país governado por um “adolescente louco”, um ditador sanguinário,
colocando o Líder da Coreia Popular Kim
Jong Um, no papel de um assassíno louco que obriga todos a se comportarem
como robôs e seguirem seus comandos ensandecidos. O absurdo chega a tal ponto
que as notícias (boa parte divulgadas sem fontes pela Coreia do Sul)
frequentemente “matam” funcionários do Governo que teriam desobedecido Kim Jong Um, e na semana seguinte estes
aparecem vivos em pronunciamentos, ao vivo na televisão estatal norte coreana.
Outros mitos são criados para
reforçar a imagem de um país governado por uma criança louca, em um
documentário bem humorado, jornalistas americanos apontam como uma notícia
bizarra, de que Kim Jong Um obrigaria
toda a população da RPDC a ter um corte de cabelo igual ao seu, tem uma
credibilidade enorme nos EUA, a pesquisa mostrou que a maior parte parte dos
Jovens estadunidenses acreditam nesta noticia, o que os levou a visitarem a
Coreia Popular e filmar um documentário que mostra a diversidade cultural
existente no Pais (The Haircut). Portanto nunca é demais lembrar a premissa
marxista de que as ideias dominantes são em todas as épocas as ideias da classe
dominante (Marx e Engels, 2007). O que nos explica como a ideologia dominante
convence a massa da população de que a RPDC seria sim sua inimiga mortal. A
construção do consenso nas sociedades capitalistas avançadas, implica na
criação de inimigos externos, que devem não apenas ser subjugados
economicamente, militarmente quanto ideologicamente, a fim de que sua sociedade
mantenha sua coesão “nacional” frente à ameaças externas sempre onipresentes
(como apontado por Marx e Engels, 2007 e Lenin, 2012).
Um
Japão e uma Coreia do Sul não tão pacíficos assim, e um EUA não tão distante
assim.
A pergunta que foi fio
condutora neste debate e que motivou este artigo foi proferida por uma
Professora de Direito Internacional em conferência com o Embaixador da RPDC. A
pergunta (afirmativa) colocava que era um absurdo a RPDC ameaçar com o poder
das armas, seus vizinhos que há décadas teriam comportamentos pacíficos, sua
principal explanação fora sobre as leis “pacifistas” que impediriam o Japão de
ter exércitos desde o final da segunda guerra mundial. Pois bem, vejamos na
sequencia como se dá o potencial militar japonês.
Segundo um portal bem
qualificado que avalia os potenciais bélicos pelo mundo (Global Fire Power) o
Japão “pacífico” séria a sétima potência bélica mundial hoje em pleno 2017,
novamente, não falamos de um Japão Fascista de 1935, mas sim do Japão de hoje. Contanto com um pessoal militar
ativo de 250.000 pessoas. Segundo o mesmo observador o Brasil ocupa a 17ª
posição, com um pessoal ativo de 334.500 pessoas, número superior ao do Japão,
porém observando as diverenças demográficas, observamos que o Japão tem um
pessoal militar ativo maior que o Brasil, e um potencial tecnológico
incomparável. Ainda segundo este observador, a RPDC ocuparia apenas o 23°
lugar. A isso somemos o fato de que o Japão é membro da OTAN, e tem sob sua “tutela”
porta-aviões Norte Americanos da mais avançada tecnologia disponível, além de
armamentos atômicos anexados aos mesmos navios. Portanto o mito de um Japão
pacifista é muito frágil.
A legislação Japonesa que
garantia a presença dos exércitos Japoneses apenas no território Japones
fortemente modificada em 2015, tendo outras mudanças anteriores, porém em 2015
foi liberada à marinha Japonesa atuação para além das fronteiras nacionais
(segundo fontes como BBC e Japan Times), o que provocou fortes protestos na
China, Rússia e RPDC. (como apontado em noticias da Diplomat, Sputnik e
diversas outras). Assim aumentaram as tenções no mar do sul da China, sobre
ilhas disputadas, colocando tensões entre Japão e China, que fizeram exercícios
militares como forma de intimidação mutua (segundo informações do Sputnik).
A definição do Japão como um
estado pacifista, assim como a Coreia do Sul, como visto não passa de uma
simples retórica imperialista, que pretende com estas afirmações reforçar um
papel de ofensiva unilateral da Coreia Popular, colocando-a novamente no papel
de vilã e de ameaçadora à paz mundial. A própria soberania de Japão e Coreia do
Sul, como discutido aqui, é meramente um disfarce, onde na verdade existem dois
Estados dominados, politica, economica, militar e ideologicamente pelo centro
do Imperialismo mundial: Os Estados Unidos da America.
O papel dos EUA é chave em
todo este conflito e não atoa este assume uma posição cada vez mais agressiva
frente à Coreia Popular, o que exige desta também uma retórica mais ofensiva.
Portanto as “ameaças” da RPDC aos EUA e seus consortes, não passam de
proclamações de direito de sobrevida, e pequena mostra de poder, para dirimir
as pretensões imperialistas de invasão e derrubada do governo de Pyongyang.
Rumos
da Coreia Popular
Como revisado até aqui
arguimos que a Coreia Popular busca apenas garantir o seu direito de sobrevivência,
o direito de autodeterminação de sua população e para tal necessita de uma
forte doutrina militar, frente às agressões que já duram mais de meio século.
Segundo informações do Embaixador da Coreia Popular o objetivo da RPDC hoje é o
de atingir um potencial bélico que a coloque em pés de igualdade com EUA e
demais potencias imperialistas, as próprias relações diplomáticas com a China,
foram fortemente modificadas após a independência militar alcançada pela RPDC,
que possibilitou a esta uma melhor posição para dialogar e negociar com a
China, que embora sua aliada, por vezes demonstra interesses conflitantes.
Assim o principio da igualdade está colocado como objetivo para a RPDC.
Por fim é fácil entender que
os princípios de Juche, que orientam o socialismo da RPDC, que colocam a classe
trabalhadora, a soberania nacional e a autossuficiência, como pilares do seu
movimento, estão postos a pleno vapor, a democracia sociaista da RPDC,
orientada pelos princípios de Juche, se mantem viva, a despeito de todas
ameaças e interferências externas. A RPDC segue firmemente na perspectiva
socialista e internacionalista. Ademais é notório que um dos pilares
ideológicos de Juche é a educação das massas para uma consciência revolucionária.
Como em Cuba, o que mantem a perspectiva revolucionária viva é o povo, seu
exército civil militar, que tem sim sua liderança, mas sendo esta de fato uma
representação dos interesses da população, que a qualquer sinal de hesitação
não pensaria duas vezes antes de derrubar qualquer perspectiva
contrarrevolucionária.
Fechamos este artigo com uma última reflexão: Segundo
informações trazidas pelo Embaixador Kim
Chol Hak Na guerra na Coreia, em
1950 a população de Pyongyang era de 400.000 hab. e neste mesmo conflito foram
lançadas aproximadamente 400.000 bombas norte-americanas em Pyongyang, (uma
bomba per capita) fato que provavelmente não tem nenhum paralelo histórico,
este por si só nos indica o seguinte: A população da RPDC se lembra de seu
passado, e por se lembrar ela segue firme na construção de sua identidade
nacional, sua luta pela soberania, pelo socialismo e contra as agressões
imperialistas.
Postado por Leninster.
Brasil, 2017
Referencias:
BBC:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/06/140610_vovo_sexo_coreia_mv
http://www.bbc.com/news/world-asia-34101222
Daily Mail:
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4788642/US-Japanese-troops-conduct-live-fire-military-drills.html
Diplomat:
http://thediplomat.com/tag/south-china-sea-disputes/
Global Fire Power:
https://www.globalfirepower.com/country-military-strength-detail.asp?country_id=brazil
https://www.globalfirepower.com/country-military-strength-detail.asp?country_id=north-korea
https://www.globalfirepower.com/country-military-strength-detail.asp?country_id=japan
Japan Times:
https://www.japantimes.co.jp/opinion/2016/03/29/editorials/security-legislation-takes-effect/#.WcEQFYxSzIU
KCNA Watch:
https://kcnawatch.co/
Lenin, Vladimir Ilitch. Imperialismo,
Estágio Superior do Capitalismo. Expressão Popular, 2012
Makaveli Teorizando:
http://makaveliteorizando.blogspot.com.br/2017/04/a-coreia-do-norte-e-uma-ameaca-paz-no.html
Marx, Karl e Engels,
Friedrich. A Ideologia Alemã. Boitempo, 2007
Partido Comunista Brasileiro (Portal):
https://pcb.org.br/portal2/15014
Reuters:
https://www.reuters.com/article/us-china-thaad-russia/china-russia-share-opposition-to-u-s-thaad-in-south-korea-xi-idUSKBN19O0N8
Sputniknews:
https://br.sputniknews.com/asia_oceania/201709069288564-coreia-sul-protesto-thaad-confronto/
https://sputniknews.com/military/201709181057498326-russia-china-drills-expert-analysis/
Telegraph:
http://www.telegraph.co.uk/news/2017/09/11/un-security-council-steps-sanctions-against-north-korea-nuclear/
The Guardian:
https://www.theguardian.com/world/2017/sep/03/did-north-korea-just-test-a-hydrogen-bomb
The Haircut (Documentário)
Disponível em:
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=2BO83Ig-E8E
Comentário em 3 partes pelo numero de caracteres.
ResponderExcluirPrimeiramente parabéns pelo artigo, certamente não é simples abortar este tema tão complexo.
Uma das atitudes mais belas e mais pró-conhecimento, que tenho notícia, foi o fato do físico Stephen Hawking passar uma vida estudando buracos negros, ao final de sua tese ele começou outra com o objetivo de provar que tudo (ou ao menos parte) que ele desenvolveu por anos e anos estava errado ou incompleto.
Por este motivo levantarei algumas questões sobre o artigo que não tenho a resposta, não sei se você as tem.
Inicialmente faço a contradita das fontes, em especial o Sr. Kim Chol Hak que presta serviços institucionais a RPDC. Em relação as outras fontes, como bem esclarecido, tratam de méritos incertos e carecem de averiguação e confirmação. A política de impressa somente oficial adotada pelo governo, restrição a circulação no pais e a censura impossibilitam qualquer ação investigativa. Afirmo que eu faço uso dessas mesmas fontes, afinal são as unicas que temos
Passamos aos questionamentos materiais.
"[...]a maior parte de sua população fora submetida à exploração interna e externa, tendo suas condições de sobrevivência duramente dificultadas."
Após a revolução, esta exploração foi cessada no norte? E no sul "sob o domínio imperialista" continuou? Segundo as tais "fontes" todos fugitivos da RPDC explicam que trabalham 6 dias para si o sétimo para o Estado, isto se configura uma exploração. Penas de trabalhos forçados, traves de campos de concentração de trabalhos, aplicados a nativos e estrangeiros por tipificação criminal duvidosa, é considerado exploração? Esta semana um americano foi repatriado em coma, 1 ano apos ter sido condenado a 15 anos de trabalhos forçados por ter tentado roubar um cartaz de propaganda estatal em um julgamento simples de 1 hora. O povo norte coreano está livre da exploração?
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37389669
http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/2013/04/1260950-fugitivo-norte-coreano-relata-campo-de-trabalhos-forcados-e-execucao-publica.shtml
http://istoe.com.br/americano-em-coma-e-repatriado-apos-ser-libertado-pela-coreia-do-norte/
"[...] tendo a China triunfado em sua revolução após quase trinta anos de luta armada contra as frações do capital interno [...]"
O que a China fez de diferente para triunfar na sua revolução? Por que a China se desenvolveu tanto? Por que a RPDC não é como a China hoje?
"[...]O sistema político “democrático” instaurado no Sul, garantiu uma suposta democracia, onde o poder político e econômico é dominado pelos Estados Unidos, tendo formado uma colônia de alto grau tecnológico e colossais índices de exploração da classe trabalhadora, Sendo um dos países com maiores índices de suicídio em decorrência do excesso de trabalho[...]"
A RPDC tem um sistema mais político democrático que no sul? A RPDC pode realmente ser chamada de República Popular Democrática? Em outras palavras a coisa é pública e todo o poder emana do povo, vide o sistema eleitoral e as demais práticas de inibição atos civis corriqueiros como sair do pais?
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150719_coreia_eleicao_explainer_fd
"[...]Ambas exploração sexual e exploração do trabalho fruto de uma verdadeira ditadura do capital, que destrói direitos trabalhistas e aposentadoria.[...]"
Novamente a discussão sobre se a exploração ocorre somente no capitalismo, será?
"[...] e inicia a construção do socialismo na via Coreana, com um grande enfoque no poder popular, na independência de suas forças produtivas, independência energética e política, porém seguindo firme no espírito internacionalista. Segundo informações do embaixador Kim Chol Hak, a independência energética, deu início às pesquisas nucleares na Coreia Popular [...]"
ExcluirQual destes enforques a RPDC logrou êxito? Definitivamente o poder é populista (forçadamente) e não popular, nunca foi e nunca será autossustentável, uma vez que todos necessitam de acordos comerciais pois não podem produzir tudo. E infelizmente o Sr. supracitado não deve ter dito que as pesquisas nucleares não conseguem fornecer energia para o pais que sofre com constantes apagões, talvez não tenha sido o objetivo desde o inicio.
https://br.sputniknews.com/mundo/201607275849312-coreia-norte-lanca-misseis/
"[...] Nos monopólios de mídia ocidentais não passa um dia sem que sejam propagandeadas notícias histéricas a respeito da ameaça nuclear “norte coreana”, se nos recordarmos da pergunta inicial que tomamos como linha direcional, perceberemos a falsa noção de que a RPDC é uma clara ameaça à paz mundial [...]"
Não há monopólio de mídia e informação na RPDC? As 4 emissoras estatais tem total imparcialidade e compromisso com a verdade além de poder investigativo?
"[...] Imperialismo nunca se deu por vencido, tendo impedido até os dias atuais a reunificação da Coreia, além buscar há décadas sufocar o regime popular da RPDC. [...]
Qual será a opinião dos sul-coreanos sobre esta unificação? Quais seriam os termos desta união? Quem governaria? Qual seria o regime econômico? O que eles iriam fazer com os abomináveis frutos do capitalismo como a Samsung, a LG, a Hyundai e a Kia?
https://www.youtube.com/watch?v=ehgPzPb_0wE (um video sobre como os sul-coreanos veem os vizinhos, parcial ou não é uma opinião...)
"[...] Somada a estas pressões militares está a instalação do sistema de “antimísseis” Terminal High Altitude Area Defense (THAAD). Especialistas militares de diversos países apontam esta como uma das principais ameaças à paz no sudeste asiático [...]
Ok, eu RPDC posso ter armas para defender minha soberania, porém se alguém tiver um sistema de defesa para se defender é uma afronta e uma ameaça... faz sentido?
"[...] Este rápido desenvolvimento vem em enorme contradição com as frequentes notícias em nossos monopólios de mídias ocidentais, que bradam sobre o atraso tecnológico da Coreia sob a “ditadura socialista dos Kim”. Mais informações sobre os avanços tecnológicos estão dispostas em artigo divulgado pelo PCB. Além de portais de mídias Koreanas e observadores internacionais. [...]"
Não há contradição entre notícias de atrasos tecnológicos para o dia-adia em relação ao desenvolvimento de armas quando é de domínio público que todos os recursos são destinados a industria bélica, aliás são palavras do embaixador: nosso objetivo é aumentar o poder de fogo... mas me diz quais portais de "mídias Koreanas" são esses? estou louco para acessar!
"[...] A Coreia pretende portanto, unicamente garantir seu direito de existência, utilizando seu direito de possuir armamentos para se defender e guardar suas fronteiras. [...]"
"[...] Assim os embargos (sanções) tem sido aumentados de forma criminosa (Segundo o telegraph, apenas neste mês já passam de duas rodadas novas de sanções). [...]"
Meu pais é minusculo, mal tenho onde plantar, no norte é só gelo, de um lado agua do outro água ao sul minha irmã porca capitalista... tive uma ideia para garantir meu direito de existência, em vez de fazer acordos comerciais e comprar o que falta eu vou fabricar armas fechar as fronteiras para ai sim fazer negócios sob a tensão das armas todos vão me aceitar. Cometo crimes contra os direitos humanos e quem fizer embargo é CRIMINOSO!
"[...] Os monopólios de mídia constroem diuturnamente a imagem de um país governado por um “adolescente louco”, um ditador sanguinário, colocando o Líder da Coreia Popular Kim Jong Um, no papel de um assassíno louco que obriga todos a se comportarem como robôs e seguirem seus comandos ensandecidos. O absurdo chega a tal ponto que as notícias (boa parte divulgadas sem fontes pela Coreia do Sul) frequentemente “matam” funcionários do Governo que teriam desobedecido Kim Jong Um, e na semana seguinte estes aparecem vivos em pronunciamentos, ao vivo na televisão estatal norte coreana. [...]
ExcluirNovamente, como sabemos que isso é verdade ou mentira? pelas tvs estatais ou monopólio de mídia da RPDC? Todo monopólio é ruim não é?
"Um Japão e uma Coreia do Sul não tão pacíficos assim, e um EUA não tão distante assim."
Olha eles não são pacíficos não, se eu atacar eles vão revidar, preste atenção, eles vão revidar, se dizem pacíficos mas estão preparados, isso não vale...
"Rumos da Coreia Popular"
Por fim a RPDC vai se armar mais...
Está na CF/88 que de forma geral as relações internacionais brasileiras devem presar pela paz, autodeterminação dos povos, dialogo e a preservação dos direitos humanos. O estabelecimento da embaixada da RPDC no Brasil mostra o interesse de dialogo e busca da paz. Infelizmente não tem dado certo uma vez que a outra parte só está disposta a receber (vide link) e não a ceder em certos pontos.
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/ficha-pais/5046-republica-popular-democratica-da-coreia
Ultimas perguntas: não há um ódio mutuo e mesquinho que nada tem a ver com o interesse da população e que inevitavelmente levará a mais mortes? O endeusamento de uma pessoa, uma família ou uma dinastia é benéfica a uma democracia? a restrição a informação, restrição a livre circulação ou ainda a manutenção de uma unica visão no governo, é benéfica a uma democracia?